Os atletas que podem “ver” no escuro

Seguindo a série de posts sobre a visão no esporte, trazemos hoje uma curiosidade que você vai se surpreender: como desempenham atletas de elite em desafios extremos para a visão? Teriam eles uma “super-habilidade”?  E como ela pode ajudar na prática?

Um jogador recebe a bola na frente da grande área, fortemente marcado e rapidamente deve tomar uma decisão para um passe. Muitos técnicos diriam que o atleta deve jogar com a cabeça levantada. Mas o que seria isso? Jogar com a cabeça levantada implica em manter o contato visual com o que acontece ao seu redor no campo. Contudo, um jogador ao conduzir a bola, por exemplo, deve olhar o seu redor, olhar o marcador e eventualmente olhar a bola. Ou seja, não é possível manter o olhar em todos os locais ao mesmo tempo, por isso, a capacidade de constantemente “tirar fotografias” do ambiente e criar uma espécie de mapa espacial do campo e dos jogadores, resulta no aumento das possibilidades de jogadas, bem como de precisão. É claro que isso não se restringe ao futebol.

Veja por exemplo, Klay Thompson, jogador de basquete da NBA. Seu desempenho em arremessos é impressionante, mesmo no escuro:

https://www.youtube.com/watch?v=G-JfKGly2xc

E veja o exemplo do Cristiano Ronaldo, que mesmo com a bola em movimento, no escuro, consegue prever sua trajetória e marcar um gol. Isso vai para além da capacidade de “tirar fotografias”. Inclui prever onde a bola estará, o que significa saber qual a velocidade da bola e como ela saiu do pé do jogador, se por exemplo com efeito, para esquerda, para direita, etc. Acompanhe no vídeo:

 

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Os ouvidos também ajudam no escuro

O silêncio em alguns esportes favorece sem dúvida a concentração. Mas além disso, outro benefício pode estar escondido no silêncio. A velocidade com que as informações sonoras chegam ao nosso cérebro é significativamente mais rápida que as informações visuais, favorecendo o tempo de reação do atleta (em outro post, explicamos com mais detalhes sobre a trajetória da informação visual no cérebro e a formação do tempo de reação).

Alguns esportistas podem (e devem) tirar vantagem disso. Mesa-tenistas, por exemplo, usam a informação auditiva para auxiliá-los na devolução da bolinha. Acompanhe no vídeo.

 

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Estes são exemplos interessantes de “super-habilidades” de atletas de elite. Mas acima de tudo, mostra muito das estratégias bem-sucedidas das jogadas dos esportistas de destaque.

Interessante, não?

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