Escrito por Caio Moreira, Doutor em Comportamento e Cognição pela Universidade de Göttingen (Alemanha) e Diretor Científico da Sensorial Sports.
“Quando o jogador recebe a bola à frente da linha intermediária, com o campo adversário a sua frente, o que está acontecendo em seu cérebro?”
Desde a década passada, as neurociências têm ganhado protagonismo em diversas áreas da performance humana, abordando um aspecto central dessa performance: como o indivíduo percebe o mundo ao seu redor, associa essas informações com outras que ele já possui e gera decisões com diferentes qualidades. Algumas corretas, outras excelentes, outras incorretas ou até mesmo muito ruins.
O nosso cérebro (na verdade, o encéfalo como um todo) é a estrutura mais complexa e interessante que a humanidade conhece. Embora no passado o conhecimento sobre seu funcionamento estivesse distante da realidade da maioria das pessoas, as neurociências e a tecnologia caminham a passos largos na produção de conhecimento acessível sobre o funcionamento do nosso sistema nervoso, deixando evidentes diversas relações entre cérebro e performance.
No futebol não poderia ser diferente!
De maneira bastante simplificada, o principal processamento cognitivo no futebol é o visuomotor. Ou seja, a aquisição de informações visuais (onde estou no campo, onde estão meus companheiros, adversários, bola e etc…) e seu processamento até gerar ações. Neste processamento, diversas informações internas são integradas, como a tática treinada, a preferência de cada jogador por determinadas jogadas, o estado emocional, etc… e também informações externas de outras modalidades sensoriais: como a percepção sobre o próprio corpo (propriocepção) e a audição.
Mas o que tudo isso tem a ver com limitações de performance no futebol?
Embora a produção de conhecimento neurocientífico acessível tenha aumentado muito na última década, ainda é muito comum encontrarmos textos e artigos científicos que apresentam uma compreensão sobre esse processamento visuomotor que foi elaborada no século passado. Segundo essa compreensão, o processamento cognitivo é dividido em: perceber, pensar e agir, sempre nessa ordem.
Esse tipo de pensamento encaixa-se muito bem com a visão (também do século passado) de que o papel do cérebro é seguir modelos de sucesso através da repetição. Ou seja, para deixar o cérebro de um lateral direito afiado para executar cruzamentos, basta que ele repita algumas dezenas de cruzamentos a cada treino. Neste contexto, a repetição transforma o segundo passo (“o pensar”) em algo automático, rápido e super eficiente. Dessa forma, essa linha de raciocínio prega que quanto mais nós repetimos uma determinada ação, melhor fica a ligação entre o perceber e agir. O que, paradoxalmente, implica que a repetição deixa o pensar mais efetivo ao eliminá-lo.
Toda essa compreensão do cérebro está equivocada? Não!
De fato, o pensamento consciente é mais lento e consome mais energia do que o processamento inconsciente. E a repetição ajuda a deixar elementos do nosso repertório motor inconscientes, tornando nossas ações mais rápidas e menos custosas.
Então qual é o problema da concepção: perceber, pensar e agir?
O problema é que o nosso sistema nervoso é muito mais eficiente e interessante do que essa concepção nos faz pensar que ele é. Ao invés de percebermos, e então pensarmos sobre as informações percebidas até chegarmos a uma decisão, para depois processarmos como essa decisão poderá virar uma ação; nossas decisões já têm início no momento em que selecionamos o que perceberemos, e nossas ações são elaboradas ao mesmo tempo em que decidimos. Tudo isso ao mesmo tempo em que estamos reavaliando as decisões que tomamos anteriormente.
Imagine um bom meia armador recebendo o passe do seu companheiro. Ele está recebendo a bola (objeto de maior relevância no jogo) no meio do campo (posicionamento) e tem o objetivo de fazer um passe (ação) para um companheiro em boas condições. Ao invés do cérebro dele perceber: (a) a chegada da bola, (b) o posicionamento dos seus companheiros, (c) dos adversários e (d) sua localização no campo para que, com essas informações “percebidas”, ele possa escolher qual companheiro está desmarcado e, em seguida, planejar como fazer o passe para esse jogador; seu cérebro já percebe a bola, os companheiros e os adversários como pontos de possível interação. Ou seja, esses objetos/pessoas são percebidos já em associação com as possíveis ações que ele poderá realizar. Isso quer dizer que nossa percepção está embebida em informações motoras, e vice-versa. Essa percepção é particularmente eficaz quando existe uma busca ampla por informação visual, que encontre pontos de interação mais variados do que os que resultam nos passes de manutenção tão frequentes em diversas equipes.
Sendo assim, o “jogar de cabeça levantada” não aumenta apenas a demanda da nossa percepção, levantar a cabeça demanda funções de todo o sistema nervoso e, como veremos a seguir, ele está pronto para isso!
Vamos dar uma pausa no raciocínio para falarmos um pouco de neuroanatomia. Mas não se afaste, venha comigo.
Nos parágrafos anteriores eu falei sobre o processamento visuomotor (o que acontece desde o recebimento de informações visuais até gerarmos ações). A informação visual que recebemos pelos olhos é inicialmente enviada lá para a parte de trás do nosso cérebro, acima da nuca. Sinta um pouco sua cabeça. Coloque as mãos sobre ela. Sinta sua nuca e suba sua mão. Pronto! Você chegou no seu córtex visual.
Já os comandos motores (como: chute a bola) são codificados por áreas que se localizam perto do meio do seu cérebro. Passe a mão de uma orelha até a outra passando pelo ponto mais alto da sua cabeça, como um headphone. É nessa região que se encontra seu córtex motor. A visão antiga sobre o processamento cognitivo dizia que primeiro a percepção ocorria do meio do cérebro para trás, ou seja, dessa linha que liga as duas orelhas para trás. A partir dali, a informação se dirigia para a parte pré-frontal do cérebro (essa que fica bem atrás da sua testa) para que pudéssemos pensar sobre o que foi percebido. Por fim, a informação ia para o meio do cérebro (córtex motor) para que os comandos fossem passados para os efetores (braços, mãos, pernas, pés, quadril, etc…). O “pensar”, nessa visão, estaria totalmente localizado no nosso córtex pré-frontal.
A questão aqui é que diversos estudos vêm demonstrando há mais de duas décadas que áreas que antes eram consideradas exclusivamente perceptivas (áreas do meio da cabeça para trás) na verdade processam inúmeras informações associadas ao movimento (ou seja, informações motoras). Informações super precisas que indicam, inclusive, que tipos de movimentos seus companheiros e adversários têm a intenção de executar.
Além disso, o córtex pré-frontal, que era visto como o centro do pensamento e da tomada de decisão, tem sido visto como “mais uma” entre as diversas áreas que contribuem para a tomada de decisão. Nesta visão, as decisões são feitas quando diversas áreas do encéfalo chegam a um consenso e escolhem qual é o melhor plano de ação disponível (teoria do Consenso Distribuído: Cisek, 2012). Esse processamento paralelo (em diversas áreas cerebrais ao mesmo tempo) implica que mais áreas cerebrais do que prevíamos processam informações que nos ajudam a agir, a se movimentar, e a decidir qual é o melhor movimento a ser realizado em uma determinada situação.
Isso quer dizer que os estudos neurocientíficos têm demonstrado que o nosso cérebro como um todo processa informações buscando formas de interagir com o mundo ao nosso redor. Ou seja, nosso cérebro “é feito” para gerar movimentos.
Como já foi proposto pelo psicólogo James Gibson: nosso cérebro não tenta descrever o mundo ao nosso redor com perfeição. Mais do que isso, ele busca encontrar formas de interagir com esse mundo. Por exemplo, se nosso meia armador estiver a 3 metros de um volante de 1,87 metros e 91 Kg ou a 3 metros de um goleiro com as mesmas medidas, o cérebro dele não processará esses indivíduos da mesma forma. Seu cérebro processará os pés do volante como pontos de interação muito mais relevantes do que suas mãos, e vice-versa para o goleiro. É isso o que queremos dizer com uma percepção embebida de informações motoras.
Isso também quer dizer que ao pedir para o lateral direito cruzar centenas de bolas da mesma forma, uma boa parte do cérebro dele, que estaria ativa buscando pontos de interação com o mundo (no caso, companheiros e adversários dentro da área), fica inativa e subutilizada durante as repetições. Algo totalmente contrário ao que acontece durante os jogos.
Vamos juntar tudo isso para entender algumas limitações do futebol brasileiro na perspectiva neurocientífica.
Agora sim, depois de abordar as questões acima, podemos chegar no ponto principal do texto. Ainda pegando carona nas ideias de James Gibson (cujas teorias do século passado se encaixam extremamente bem aos dados neurocientíficos mais recentes), nossos cérebros processam informações em busca de oportunidades de interação com o meio.
Isso quer dizer que, na maior parte do tempo, nosso meia armador não está simplesmente escolhendo entre passar para o atacante da direita ou para o atacante da esquerda. Na verdade, na maior parte do tempo seu cérebro está tentando criar oportunidades de passe que não necessariamente já existem. Ou pelo menos é assim que o cérebro dele foi projetado para funcionar.
Essa forma de funcionar é resultado de milhões de anos de processos evolutivos que selecionaram animais cujos cérebros CRIARAM as oportunidades de fuga ou de predação que possibilitaram sua sobrevivência e reprodução.
E é bem aí que as coisas se complicam. Porque ao observar muitos dos jogos de futebol nacionais, a impressão que muitos de nós temos é a de que a maioria dos jogadores está à espera do surgimento de uma opção mágica de passe que se encaixe em um modelo de sucesso criado e repetido exaustivamente nos treinos, quando seus cérebros são pouco exigidos.
São impressões muito distintas das que temos ao observar os jogos de futebol da Liga dos Campeões. Nesta liga, é muito comum observar jogadores (entre eles, muitos brasileiros) que se movimentam com ou sem a bola com a intenção de criar oportunidades de jogadas. A frase “o bom jogador é aquele que sabe fazer com a bola quando a recebe, enquanto o craque sabe o que fazer com a bola, antes de recebê-la” exemplifica bem essa característica.
Assim como uma zebra tem maior chance de sobrevivência ao iludir o leão de que ela irá percorrer o caminho de fuga que passa pelo lado direito de uma árvore, quando na realidade ela está criando a oportunidade de fugir pelo caminho da esquerda, os jogadores de futebol têm maior chance de sucesso ao se movimentarem de forma a criar oportunidades de passe que ainda não existiam enquanto estavam parados ou executando um movimento previsível.
É extremamente importante entender que, assim como a zebra, essa movimentação e essas intenções não precisam ser conscientes. Como abordado, criar oportunidades de ação é uma característica natural dos nossos cérebros, desde que eles sejam estimulados a fazer isso.
Então o que é necessário para que os jogadores possam criar oportunidades de jogo?
Para criar oportunidades de ação, o cérebro dos jogadores tem que ser flexível.
Isso quer dizer que ele não pode estar totalmente preso a modelos estratégicos rígidos. Esses modelos são importantes e necessários. De fato, modelos estratégicos rígidos e bem executados têm sido essenciais para diversas equipes conquistarem títulos importantes por meio de um comportamento coeso de seus jogadores. No entanto, o problema do comportamento rígido é que, ao ser decifrado, não consegue se adaptar. Um cérebro flexível, por outro lado, é aquele que consegue agir bem em diferentes situações. Característica essencial para o futebol que, de maneira geral, não é uma atividade marcada pela previsibilidade.
Sendo assim, os jogadores de futebol têm que ser treinados a processar informações imprevisíveis, e criar planos de ações diferentes para essas situações. Sendo que parte desses planos deve ajudar o jogador não somente a executar uma ação, mas também a criar oportunidades de jogadas que ainda não estavam disponíveis. Por exemplo, não é preciso ser um super estrategista do futebol para perceber que levar a bola para o lado direito do campo muitas vezes cria oportunidades de jogadas pelo lado esquerdo por meio de inversões rápidas de jogo; ou como acontece quando o atacante faz o movimento inverso ao dos zagueiros antes de um cruzamento, ficando livre na marca do pênalti enquanto a zaga acompanha a linha da bola. Mas para que essas jogadas se efetivem, o jogador tem que conseguir integrar as informações daquilo que ele está fazendo com uma projeção sobre as possibilidades que poderão acontecer no futuro, e esse funcionamento exige um cérebro flexível.
Atenção, controle de impulsividade, uso da visão periférica, memória de trabalho, velocidade do processamento cognitivo, entre outras capacidades cognitivas, possibilitam um funcionamento mais flexível do cérebro. São capacidades cognitivas essenciais para que o atleta consiga adquirir informações de forma ampla e, ao mesmo tempo, objetiva; integrando essas informações com velocidade e controle para gerar diversas possibilidades de interação com o ambiente.
No entanto, essas capacidades são como os músculos das pernas de um jogador que pretende fazer um gesto técnico específico. Ao mesmo tempo em que déficits musculares podem impedir que o gesto aconteça, não é a ausência de déficits que garante que o gesto ocorrerá. Para obter um cérebro mais flexível, os jogadores (ou pelo menos parte deles) têm que ser treinados a utilizar essas capacidades cognitivas em alta performance, observando o jogo como um ambiente cujos aspectos dinâmicos podem ser influenciados diretamente através de decisões flexíveis. Os cérebros deles, assim como o seu e o meu, “foram construídos” para interagir com o mundo dessa forma. Sendo necessário estimulá-los da maneira correta.
Sendo assim, podemos nos perguntar se o treinamento dos times da Liga dos Campeões é tão diferente do resto do Mundo? Bom, talvez o futebol Europeu, devido aos recursos financeiros disponíveis, tem a possibilidade de selecionar os jogadores cujos cérebros, por uma razão ou por outra, são flexíveis. Ao selecionar esses atletas e colocá-los para jogar juntos, o futebol é outro. Dessa forma, resta aos campeonatos com recursos financeiros menos exuberantes continuar a formar e desenvolver cérebros flexíveis para acompanhar o rigor tático que também diferencia as equipes. A união e o balanço entre comportamentos táticos coesos e flexibilidade de ação é extremamente eficaz e, pode apostar, é característica de todas as equipes que conseguiram associar qualidade e vitórias.
Existe um consenso de que, em geral, o futebol brasileiro está perdendo esse balanço ao abrir mão da flexibilidade. Espero ter apresentado bons argumentos para mostrar que as neurociências são um caminho possível para retomar esse equilíbrio. Basta aplicarmos no futebol o que as neurociências têm mostrado sobre performance em diversos contextos: é necessário treinar o cérebro para conseguir boas decisões, e que é através dessas decisões que se chega a bons resultados.
O que fazer, então?
Como mencionado, capacidades cognitivas como atenção, controle de impulsividade, memória de trabalho e uso da visão periférica não geram sozinhas um cérebro flexível. Por outro lado, déficits dessas capacidades limitam a performance cognitiva geral do atleta, de forma semelhante às limitações que um quadríceps fraco impõe aos passes, finalizações e movimentos em campo. Sendo assim, e de forma bastante semelhante ao que acontece nas outras áreas das ciências do esporte, o primeiro passo é avaliar o desempenho das capacidades cognitivas mais utilizadas no futebol. A partir dos dados dessas avaliações, podemos entender quais capacidades podem ser aprimoradas para permitirem um desenvolvimento técnico e tático mais elaborado.
O aprimoramento em si pode ser realizado utilizando tanto contextos específicos do futebol (por exemplo, jogos reduzidos em campo), como contextos mais gerais (por exemplo, aquecimento físico associado a demandas cognitivas, como sobrecarga cognitiva e motora). Existem inúmeras possibilidades de treinamento. O mais importante é que o ambiente de treinamento apresente uma riqueza de oportunidades e experiências que faça com que o jogador tenha que manter atenção constante aos estímulos disponíveis, e que estes estímulos não permitam tomadas de decisão previsíveis (pelo menos não o tempo todo). Destaco o papel da atenção sustentada (atenção dirigida durante a realização de uma atividade) como base para o desenvolvimento de processos cognitivos mais flexíveis.
Outro aspecto importantíssimo é o desenvolvimento do hábito do jogador de analisar seus próprios processos cognitivos (capacidade chamada de metacognição). Ou seja, desenvolver o hábito de questionar: se conseguiu manter a concentração nos jogos e treinamentos, se as decisões que ele tomou foram as melhores, se ele agiu de forma impulsiva e etc.. A metacognição é essencial pois permite que o atleta entenda suas limitações, as comunique ao técnico e, especialmente, entenda melhor como utilizar os contextos dos treinamentos propostos para aprimorar seus pontos fracos. Diversos estudos têm demonstrado que a partir de uma compreensão mais completa da sua própria cognição, os indivíduos (seja um jogador ou jogadora de futebol, ou um empresário) conseguem estabelecer objetivos com maior clareza e atingi-los com maior rapidez.
Por fim, os técnicos podem modificar o enfoque durante os jogos-treino e jogos. Ao invés de se concentrarem na execução dos gestos técnicos, podem voltar a própria atenção e a atenção do jogador às criações de oportunidades de jogo, à concentração e à tomada de decisão. Trabalho muito recomendado para jogadores em formação. Enquanto a concentração e a tomada de decisão fazem cada vez mais parte do vocabulário futebolístico, a mudança de enfoque sugerida não se resume a passar a se referir a essas capacidades cognitivas nas análises pós-jogo. A mudança de enfoque quer dizer cobrar mais os jogadores que tomam decisões erradas ou previsíveis do que aqueles que erram gestos técnicos durante decisões flexíveis. Cobrar mais os jogadores que perdem a concentração durante o jogo, do que aqueles que perdem o gol após uma boa movimentação em campo.
Esse tipo de abordagem normalmente resulta em uma queda de performance no início do trabalho, já que as demandas cognitivas em um treinamento de finalização em que o jogador sabe com antecedência para onde a bola será rolada é muito menor do que quando ele tem que finalizar após uma ação determinada por um estímulo visual, sonoro ou táctil imprevisível; e, portanto, o número de acertos é muito maior no primeiro caso. Além disso, nós sabemos que em equipes profissionais, essa queda de desempenho pode inviabilizar o trabalho caso não exista a possibilidade de ser implementado durante a pré-temporada, por exemplo. Por outro lado, países onde esse tipo de treinamento tem sido implementado nas bases há mais de uma década (como Espanha, Bélgica e Alemanha) estão gerando jogadores mais versáteis e equipes mais coesas. Um balanço que, como mencionado, faria muito bem ao futebol brasileiro.
Texto muito interessante! Expressa de forma clara como ciência, teoria e prática, estão ligados e podem promover o avanço no treinamento esportivo . Atuo como preparador físico em modalidades coletivas há muito tempo e compartilho que as questões abordadas no texto tem papel central na performance dos atletas de “team sports”. Se um atleta não pensa de forma rápida (e inteligente) ou percorre mais metros do que precisa pouco importa sua velocidade de sprint ou potência no treino de força, pois não saberá utilizados com eficiência. Já perdi jogos onde minha equipe era fisicamente superior, mas não taticamente à frente do adversário. Da mesma forma, se o atleta possui capacidades cognitivas excelentes mas não tem pernas que o façam arrancar com velocidade, o físico sera condição essencial à performance. Situação que também ja aconteceu comigo. Esportes coletivos são essencialmente táticos! É um jogo de imprevisibilidade e supresa onde quem enganar mais seu adversário se coloca em vantagem. Se eu conseguir unir um atleta veloz tanto em pernas quanto em cabeça, ótimo! Caso contrário tenho que rever as prioridades do treinamento, tendo a especificidade da modalidade em vista.