A música no esporte. Muito mais que uma simples distração

Aos praticantes de corrida não é nenhuma novidade que a música é uma grande parceira nesta atividade. Mas algumas curiosidades ajudam a explicar até onde estes benefícios podem chegar e como você pode fazer uso, ou otimizá-lo, desta aliada.

Veja que interessante! O cérebro tem oscilações próprias, ou seja, tem vários ritmos internos que estão relacionados com determinadas atividades. A mais conhecida é a oscilação alfa, que aumenta ao fecharmos os olhos, por exemplo.

E o mais legal é que a música é capaz de embalar atividades cerebrais favorecendo o seu ritmo. Além disso, a sincronia auditiva e motora pode favorecer a performance.

Quando ainda não se falava muito sobre os benefícios da música no desempenho, o etíope Haile Gebrselassie agraciou o mundo do atletismo com seus feitos. Em várias tentativas de quebra de recorde (muitas delas, aliás, bem sucedidas), ele solicitou que tocasse nos alto-falantes dos estádios a música Scatman (veja abaixo) durante sua performance. Em entrevista ele diz: “o ritmo é perfeito para correr (…) e se você prestar atenção nos vídeos de algumas corridas, poderá escutar a música ao fundo”.

 

 

O nadador Michael Phelps, que tem no currículo trinta e sete quebras de recorde e oito medalhas de ouro em uma única Olimpíada, é outro grande apostador dos benefícios da música no esporte. Antes de entrar na água em uma competição, mesmo com toda a torcida gritando seu nome nas arquibancadas, ele dá preferência ao seu fone de ouvido. Em entrevista ele afirma que o “ajuda a se manter focado e preparado para levantar e fazer o que está lá para fazer” no dia da competição.

 

 

Ele ainda diz que não tem preferência por nenhuma música. Ou seja, ele escolhe as músicas que lhe dão prazer escutar e só isso já é o bastante para melhorar a motivação do atleta.

O professor da Universidade de Brunel, Costas Karageorghis, que há anos estuda os efeitos da música na performance, afirma que é a música é capaz de “diminuir sua percepção de esforço, bloqueando alguns sintomas relacionados à fadiga”.

 

Além disso, você já viu a seleção neo-zelandesa de rugby antes de uma partida? Este é o maior exemplo de outra influência da música: a coesão. Os jogadores após entoarem seu canto, tendem a estar ligados ao grupo, fortalecendo seu vínculo e naturalmente seu desempenho em conjunto. Além de um efeito um tanto intimidador no adversário, não acha?

 

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Escolha as músicas certas

Pense nos seguintes fatores para escolher suas músicas para treinar ou competir:

1 – Elas devem ser o que você quer ouvir no momento. Então não confie nas escolhas dos outros. Ela deve ser motivante para você.

2 – Se for uma playlist para exercícios, pense nas músicas como pensaria numa corrida, por exemplo. Nunca começamos correndo no limite, certo? Comece aquecendo e vá acelerando.

3 – Uma música com um tempo mais rápido, tende a ser estimulante, e pode ajudar antes da competição. Por outro lado, uma música mais calma pode te ajudar a concentrar, manter o foco e diminuir o nervosismo.

Faça sua playlist! Certamente vai melhorar sua performance e deixar o exercício mais prazeroso. ; )

 

 

Referências:

Nozaradan, S., Peretz, I., & Mouraux, A. (2012). Selective Neuronal Entrainment to the Beat and Meter Embedded in a Musical Rhythm. Journal of Neuroscience, 32(49), 17572–17581. doi:10.1523/JNEUROSCI.3203-12.2012

Bood, et al. (2013). The power of auditory-motor synchronization in sports: enhancing running performance by coupling cadence with the right beats. PLoS One, 8(8).

Bigliassi, et al. (2015). How does music aid 5km of running? Journal of Strength & Conditioning Research, 29(2), 305-314.

http://www.bbc.co.uk/wales/raiseyourgame/sites/motivation/psychedup/pages/costas_karageorghis.shtml

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